Fardos de Plumas
Sem se anunciar, a madrugada chega sem a lua
E as estrelas zombam do meu pranto insone e inocente
nas lágrimas que continuam verdadeiras, mas ainda mentem.
Que forte escuridão há nessa tua tão pouca luz,
sóbria como minha espera cansada
cheia de ousadas lapadas,
fazes com tuas mãos
na face de minha face,
na dor de minha maior dor,
no deserto bravio de minhas contramãos.
Teus sentimentos,
essa tapeçaria cheia de tantos nós macios e diferentes,
anuncia-nos, amantes distintos:
um do sol, outro da noite...
ambos penumbrados pelo coração,
talvez sentindo amor, talvez paixão,
uma estação atemporal de amantes.
Como estás, não estou.
Sou mais de tua sede que de nossas águas!
Poema inédito (03/08/2019)
Paulino Vergetti