DERROCADA

Virado o jogo no front:

O homem de preto

Seu pior momento tem vivido!

Por mais que tente um alento,

Não ameniza, o tormento

Mais ainda se expande.

O santo dos pes de barros,

Falso paladino da moralidade,

Do pedestal caído,

Ensimesmado , fita o rubro horizonte,

Quando a tarde despede-se

Do dia, e se esconde

Por detrás dos montes!

Num inaudito cenário, tudo turvado:

Não mais os louros da vitoria!

Não mais os aplausos colhidos,

Como se fora artista de televisão!

Vislumbra agora a medo,

A esfinge da moralidade,

Aquele havido por herói -- na verdade,

De super -- um arremedo --

A tantos quantos enganara!

Vê o cerco ao seu redor, se fechando.

Tenta se esconder. Não dá a cara!..

0 olhar vago, perdido,

Semblante carregado.

Seu inferno astral tem vivido,

E os dias incendidos de glória

Estão agora distantes!.

Vasculha na mente, procura

De seu estro -- o brilho,

A sombra do fracasso que lhe é o estribilho,

Diz que tudo está perdido!

Nada se esconde por muito tempo.

Num átimo de instante,

A podridão das catacumbas,emerge,

E quem se tinha por santo, no lodo submerge:

Colhe da sua própria semeadura!

Corre os olhos -- se vê -- não um gigante.

Sim, um pigmeu vencido!