ENTRANHAS DA PODRIDÃO

As asperezas do tempo, o próprio tempo cura.

Não dá o tempo, tempo de se ocultar

Maledicências, ferindo o âmago do tempo:

Mentiras! Necropsiados de maldades!...

E quando acontece de o tempo ser amiúde

Molestado, e incomodado na sua verdade,

Inclemente, vaza, e lê-se nas entrelinhas

Do tempo -- o novo, o intrigante tempo,

A desvendar tanta sujeira, até então embuçada!

Caindo no abismo do inconfessável engendrado,

Nos escaninhos amoitados

Nada se esconde por muito tempo,

Em tempo que aos poucos está vindo à tona

Toda lama da trama urdida, desnudando o véu

Do descaramento, podridão e hipocrisia escondidos,

No tempo em que em propicio tempo a Vaza Jato

Denuncia o que nunca se cogitava vir à lume:

As entranhas apodrecidas da Lava Jato!

Quem é que tem o condão de tudo saber,

As chaves das coisas bem guardadas?

Quem detém o código que desvenda mistérios,

Senão, O Senhor Deus, que a tudo vê,

E, sem distinção, a todos assiste?

O Criador, a jejum, farta oferenda , não atende,

Se for desabonador o pedido. E no seu crivo

De Justiça, revela quem é de fato culpado,

A quem cabe julgar sob o bastião da Divina Justiça !

Marizete Matos
Enviado por Marizete Matos em 30/06/2019
Reeditado em 28/08/2019
Código do texto: T6685121
Classificação de conteúdo: seguro