Consumação
Me consome a noite,
À espera da meia-noite,
À mercê do que chamo de desnoite,
Que me ameaça com um açoite.
Me consome o infinito,
Que me deixou completamente aflito;
Saber que posso sentir, e exprimir,
Tudo isso, sem um único conflito.
Me consome a imensidão,
Sabendo que não tenho razão,
Com a desrazão, sem vazão
Dando-me um severo sermão.
Não tenho palavras para consumir,
Deixe-me dizer o que posso resumir,
Deixe-me falar o que pude presumir:
Isso é só conversa para boi dormir.