Exime em mim, Solidão
Síntese de contratos, recursos
Esquemas que instituem uma linguagem
Semear no íntimo da vida, refluxos
Aberto ao martírio, prenúncio
É dia, mas não há sol na vidraça
Neblina de um domingo sem descanso
Repouso minhas energias, sem graça
A luz não conquista, nem a poeira da escada
Perpétua, quase que expressiva
Sinais que definem uma fadiga
O extenso tempo de dor se exulta
Enquanto a noite se faz conquista
Pêndulos, eximindo uma postura
Saturação de um coração redescoberto
Detalhes, emanam emoções ao universo
Destreza que se inscreve, livro aberto
Sem teto, um projeto que retrai um decreto
Espectro, rentável e simultâneo, progresso
Exime o que de mim se constrói ao que estresso
Numa caminhada forjada, veiculo expresso
Flamejantes, uivantes num luar
Mistura de cores, amores e percursores
O final da tarde exime minhas dores
Restituindo símbolos, sem pudores
Destaque, um passe instituído
Por instinto, declarável e explícito
Inverno de silêncio, abrigo
Convocou-me ao grito, sem rito
Meu eu sobrevive,
Atemporal sacrifico...