Navalha de ouro...

No sorriso a pálida
Esperança, onde o escarnio
Guardava a ironia, feito
Uma sombra no olhar.

Assim, habitou a vida
Sem clemência, onde
A alma parecia mais um
Vagão, guardada na incerteza.

O silêncio era o confessor
O tirano, onde deixava
O veneno, quando a noite
No vazio se alimentava.

No açoite viveu a vida
Em fragmentos se deitava
Os sonhos a desventura
De um tempo sem razão.

Navalha de ouro, que
Sangra sem deixar vestígios
Presa no meu olhar
Onde pungiu a minha dor.