Faço de mim poesia!
Faço de mim poesia,
quando a melancolia esmaga o peito,
e com efeito, me despedaça
em versos.
Remodelo dores e pudores,
e crio um recipiente,
nem sempre eficiente,
para enclausurar
demônios parasitas
que não hesitam em
me devorar.
Faço de mim poesia,
quando a euforia se vê apertada aqui dentro,
e assim, numa compulsão sem fim,
deixo ela transbordar
e se transformar
em rimas, métrica e estrutura.
Me atiro nesse abismo de sentimentos,
buscando paixão e não lamento,
para traze-la à superfície,
desejando que ela
se intensifique.
A poesia faz de mim,
uma torrente de emoções
sem fim.