Desassossego de Alma
Parece que estou sendo engolida por um sumidouro
As trevas da noite me devoram, viva,
Toda noite, sou destroçada pelos mares
Ondas de onde nem sei me alcançam, toda noite
E não consigo dormir.
Parece-me que todo o peso da vida está sobre mim
E não alcanço socorro
Parece que, nessas noites, sou deixada sozinha
Agonizando, para morrer, para sobreviver
E amanheço, olhos vermelhos
Não de choro, olhos de desassossego
O que tem esta minh’alma que não sossega dentro de mim
Que não se quieta, que não dorme, e não me deixa descansar
Ela está gritando por algo, só não consigo ouvi-la
O que ouço é apenas seu desespero, alto demais para eu conseguir ouvi-la.
Aquieta, alma minha, e diz-me o que queres
Para que eu te satisfaça e durmamos, ambas, um longo descanso.
Marta Almeida: 15/01/2019