Entrelaçando
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Entrelaçando
Viver é um estalar de dedos.
São pingos nos is que não temos.
Rabisco de vida, em vidas,
que perdemos.
Viver é soltar confetes com as mãos.
São purpurinas que nos envolvem,
confetes e alecrins...
Estereótipos do que nunca fomos.
Viver é trapacear o coração.
E perder, por entre os dedos,
os defeitos da razão
- envolvidos no estalo que não dei.
Viver é o tênue miríade das cores.
São dores que persistem,
entre o lilás e o azul...
Todas encobrindo a negritude d'alma.
Viver é o fugir das lágrimas.
A epifania incongruente.
É o corpo que não voa,
mas que se prende,
na mordaça do medo que não sangra.
Nijair Araújo Pinto
Crato CE, 25 de dezembro de 2018.
22h58min
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