O anjo
Eu deveria me entregar aquilo que sempre me chamou nas noites obscuras,
O anjo da morte sorrindo,
Dançando e em silêncio,
Acalmando meu espírito tortuoso,
Cheia de boas intenções.
Meu cotidiano vicioso,
Torto e cego,
A diferença do amor é o ego,
Mas eu a vejo novamente,
Sem asas mas é minha imagem,
Aquilo que sempre desejei,
É fácil se vingar,
Mas difícil perdoar,
Eu deveria viajar,
Tomar umas pílulas,
Ficar de coma novamente,
E voltar para o vale das sombras,
Eu deveria viajar,
Parar de reclamar,
Mas como posso fazer isso se sou uma escória.
Se eu for agora ou no futuro,
Só serei um átomo a menos,
Uma célula morta,
Ninguém notaria,
Pois estão ocupados com o ego,
Com o materialismo.
Um dia eu abraçarei o anjo da morte,
Com amor e alegria,
Não faço questão de estar aqui,
Será que eu sou um robô?
Ou apenas um fracasso por ser quem sou?
Quando você morre eles choram,
Quando quebram o coração lamentam,
Não sou a certa,
Mas apaixonada pelo anjo da morte,
Linda e bela,
Eu deveria me entregar aquilo que sempre me chamou nas noites obscuras,
Clamar por uma centelha divina pequena,
No universo,
Não sou nada além de uma escória.