O anjo

Eu deveria me entregar aquilo que sempre me chamou nas noites obscuras,

O anjo da morte sorrindo,

Dançando e em silêncio,

Acalmando meu espírito tortuoso,

Cheia de boas intenções.

Meu cotidiano vicioso,

Torto e cego,

A diferença do amor é o ego,

Mas eu a vejo novamente,

Sem asas mas é minha imagem,

Aquilo que sempre desejei,

É fácil se vingar,

Mas difícil perdoar,

Eu deveria viajar,

Tomar umas pílulas,

Ficar de coma novamente,

E voltar para o vale das sombras,

Eu deveria viajar,

Parar de reclamar,

Mas como posso fazer isso se sou uma escória.

Se eu for agora ou no futuro,

Só serei um átomo a menos,

Uma célula morta,

Ninguém notaria,

Pois estão ocupados com o ego,

Com o materialismo.

Um dia eu abraçarei o anjo da morte,

Com amor e alegria,

Não faço questão de estar aqui,

Será que eu sou um robô?

Ou apenas um fracasso por ser quem sou?

Quando você morre eles choram,

Quando quebram o coração lamentam,

Não sou a certa,

Mas apaixonada pelo anjo da morte,

Linda e bela,

Eu deveria me entregar aquilo que sempre me chamou nas noites obscuras,

Clamar por uma centelha divina pequena,

No universo,

Não sou nada além de uma escória.

Deisiane Oliveira
Enviado por Deisiane Oliveira em 12/06/2018
Reeditado em 06/10/2018
Código do texto: T6362588
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