Apenas Mais Um

Dos amores desta sórdida existência

Fui apenas mais um

Destemido, intenso

Intrépido

Salvo esta vez

Em que construo meu cais

Sem passar pelas tempestades

Que trazem o desabar dos meus pilares

Pois o que escrevo, morna brisa

Aquece quando é frio

Arrefece quando é inferno

Traz o efêmero amor eterno

A plenitude que preciso

As noites de sono que preciso

A paz que eu preciso

Habita no que trago

Às vozes, múltiplas

Que, fonte do caos, me tornam insano

Dedico cada um desses versos

Aos tempos de insônia

Que, limbo da loucura, me desgraçam

Dedico cada um desses versos

Aos recursos que uso para viver

Ou para provocar a dama da morte

Dedico cada um desses versos

Dos poemas dessa sórdida cidade

Este pode ter sido apenas mais um

Para uns, irrisórios fonemas

Para outros, desordem

Para mim, apenas mais um poeta

Liberdade.

Gabriel Luiz
Enviado por Gabriel Luiz em 04/05/2018
Código do texto: T6327395
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