Sonhos de todos nós

Mano, nas entrelinhas de cada um dos meus textos

Meus versos são simples pretextos para retratar o ideal de um verdadeiro ser

São sonhos revirados do avesso rimando dor e amor com prazer

Mano, precisamos sonhar muito mais

Precisamos silenciar as guerras

Precisamos aumentar o volume a favor da paz

Mano, em tudo que escrevo te vejo, me vejo, e vejo também nossos pais

Nossos laços são feitos de fibras fortes, entre idas, vindas e mortes

Nossa essência cresce e floresce, sem se perder jamais

Mano, lembra-se daquele tal fulano?

Daquela terna mãe companheira?

Daquela dupla guerreira que nos ensinou a sonhar?

Mano, só de lembrar já estou quase chorando

Ao fundo ouço a voz de um grande mestre a cantarolar

Ouço acordes serenos me induzindo a recordar

Mano, como é bom poder escutar

Como é bom poder falar, sentir, sonhar

Como é bom poder se deleitar sobre as sombras frescas do passado

Mano, hoje acordei pensando em nós, em nossos pais, nossos irmãos, nossos avós

Acordei nos braços do passado, desejando o futuro e enfeitando o presente

Acordei disposto a semear o amor no coração da nossa gente

Manos e Minas de todas as etnias,

Nossos sonhos só serão reais,

Quando o amor deixar de ser fantasia