ALMA APRISIONADA

Diz a planta queixosa:

Naquele monte -- nasci.

Entre cardo, espinho e rosa,

Lírios e orquídeas cresci.

E agora,

Vem tu, senhora,

Em hora incerta,

A liberdade --

Me viola,

Prendendo-me àquele jarro;

Tal artefato de barro,

Quais abrolhos,

Em ilha deserta,

Aprisiona-me a alma,

Assim como a ave,

Por Deus criada,

Quando por maldade

Do homem , que tem nos olhos

E coração uma trave,

Fica presa à gaiola,

Tem a alma aprisionada !