Compondo
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Compondo
Há, deveras, versos que não fluem.
Que falam de amor,
mas não encantam.
Que professam esperanças,
mas não alentam corações.
Há, entretanto, versos que não morrem.
Que falam do amor universal
– Lemos e nos apossamos: É meu!
Que professam a indelével esperança
– A de que dará tudo certo ao final.
Há versos e reversos sons
que reverberam em fios e tranças.
Há esperas e desesperados tons
que descansam ao findarem as danças.
Sejamos espécimes singulares,
apesar do universo em transe permanente.
Ouçamos as nuances dos falares,
no bailar da vida livre ou da corrente.
Que há de haver entendimento,
transformando o mal em bem supremo,
é realidade mais que notória e atual.
Se a vida, assim como os versos,
fluirá, acorrentando a força infernal...
Ah, isso não sabe prever nenhum poeta
– É questão de íntimo trato social.
Crato-CE, 2 de novembro de 2017.
17h13min
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