Sem poesia
Tem dias que o mundo
acorda sem poesia
Pálido
Sem cor, seco
Exagerado, áspero
Um mundo sem espanto
Sem encanto
Tudo é tão denso, irrespirável
Risos falsos, ironia
Barulhos ensurdecedores
Em momentos de fuga da poesia
Saio por aí,
Olhos abertos para cada esquina
Ruelas, becos, teatros, sons
Risos das estrelas
Procuro o encanto, o espanto
Corro atrás da criança
Que escapuliu de mim...