Carnaval de pedras.
O pedro, pedreiro
Dançava em pedrisco
No bloco de cimento
Que assentava.
Na alegoria do caco,
Do pó, fazia cartetas
Pra rebater a claridade.
Carnaval de cinzas
Abreviou a quarta-feira;
Era o fogão de lenha
Que esperava, vazio e frio.
O fogo da fome
Esquentava os tambores
De barrigas roncado
Feito cuícas de carne...
No meio de blocos,
De bloco na mão
Em país bloqueado...
Pedro pedreiro
De vida empedrada
Bloqueia o anseio
Da dança, no ventre
Da "bóia" sonhada;
Em meio de ripas
De roncos de tripas
O pedro era o rei;
E, no meio da roda
Sambando a caçamba
Era pedra de lei...
Mas o pedro pedreiro
Só Leva pedradas
Da vida, que eu sei...