Nadador
Um exímio nadador me disse
A vida é como um Rio
Que tem suas correntezas
Onde se afogam as mágoas
Desilusões
Carrega suas incertezas
E o tal exímio nadador
Caiu no rio pra se amostrar
A mãe natureza sendo mais forte
Deu um caixote
Pondo ele no devido lugar
E o tal exímio nadador
Tentou lutar pra nadar contrário
Se ferrou, se quebrou todo
Em meio a pedras e cascalhos
Engoliu água
Se engasgou
Disse que nunca mais ia ter sede
Não aguentou o tranco
Botou pra fora
Tudo o que pichava na parede
Ficou tonto e desnorteado
Em uma árvore tentou se apoiar
Mas quando olhou
Não tinham árvores
Só troncos e histórias pra contar
E a pressão na cabeça só aumentava
Parecia explodir
Quando em segundos
Caiu sentado
E sangue do nariz começou a sair
Foi arrastando o corpo até a margem
E no reflexo do rio viu a sua imagem
Percebeu que não tinha jeito
Que sua hora havia chegado
E no último mergulho suspirou e disse
Vou pelo rio ser levado