poesia sem nexo
Tentem convencer-me de seus ideais
Seus sonhos tão concretos e reais
Com suas palavras eruditas e formais
Seus gestos tão altivos e morais
Nas rinhas com cristas de galo
Com seus esporões que fazem calo
Risinhos de cantos de boca
Papadas e barrigas cheias de gases
Desejos e virtudes incomuns
Com os cerca lourenços contumazes
Nos púlpitos atiçam pão e circo
Aos leões atiram os vorazes
No mesmo contexto e mesmo prato
O mesmo cardápio e a mesma boca
Outra conta me traz o garçom
Que o restaurante vai fechar
Por favor me traga a saideira
Que eu quero hoje é cantar
Num karaokê em Madureira
Antes de quarta feira
Mas por favor não queira desistir
De me convencer
Que antes do sol nascer
Nós iremos rir