Lírico, romântico e escândalo

Lírico, tão eu

Sozinho com a poesia

O saco cheio da vida

A bagagem cheia de sonetos

De encontrar a amada

Amada medonha

Já pegou suas fronhas

Diz -partir

Amada, do amor não entendo nada

Senta pra me explicar

Conduzir a mulher num bolero

E não pra um castelo

De palavras de amor

Romântico, tão mal

Devo pagar pelos planos

Mal acometidos

Pelos beijos inibidos

Pelos abraços conquistados

De consolação

Devo pagar pelo bom senso

Estupido senso de pensar

De agir com certeza

O que sem certeza falar

Escândalo, tão breu

Prazeres enrustidos

No cautela de vida

Que fere a tela do inesperado

Refém do planejado

Sem gota queimante

De água ardente

Sem esperança

Nem reticências

Somente o semblante

Da resistência

Ao irrefutável poder da rotina

Victor Leonardo
Enviado por Victor Leonardo em 03/07/2016
Código do texto: T5686218
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