Lírico, romântico e escândalo
Lírico, tão eu
Sozinho com a poesia
O saco cheio da vida
A bagagem cheia de sonetos
De encontrar a amada
Amada medonha
Já pegou suas fronhas
Diz -partir
Amada, do amor não entendo nada
Senta pra me explicar
Conduzir a mulher num bolero
E não pra um castelo
De palavras de amor
Romântico, tão mal
Devo pagar pelos planos
Mal acometidos
Pelos beijos inibidos
Pelos abraços conquistados
De consolação
Devo pagar pelo bom senso
Estupido senso de pensar
De agir com certeza
O que sem certeza falar
Escândalo, tão breu
Prazeres enrustidos
No cautela de vida
Que fere a tela do inesperado
Refém do planejado
Sem gota queimante
De água ardente
Sem esperança
Nem reticências
Somente o semblante
Da resistência
Ao irrefutável poder da rotina