Construção Imaterial
Eu possuo um abrigo dentro do olhar
faço a unicidade prevalecer no ventre
sou a alma da flor destemida a desfolhar
digo para quem não me teme que entre.
Sou um pedaço de fatalidade celestial
fragrância insolente da doçura do mel
tornei-me um castelo de ar ancestral
perdido do sonho, encontrado no céu.
Ninguém acredita na minha existência
às vezes acho que sou algo inexplicável
sou a persistência, a própria insistência
sentimento latente do que é inexorável.
Testemunhe o naufrágio deste medo
que desde cedo causava tua danação
se transformar a fração dum enredo
sou construção em eterna convolação.