A Depressão

Quando foi descoberta

Era vista como mentira

Uma ilusão coberta

Do temor de viver.

É como construir sua história

Feita de poeira e glória

Até que a realidade

Tornasse o contorcionismo

Em inconformismo

A retórica em querer não ser.

Ela torna o amor em blasfêmia

A amizade em heresia

Os rituais sociais em hipocrisia

Porque sua afetação é nula

Por mais que se queira

É a vida feita de segunda-feira.

Eu que era feito de paz

Agora sinto o peso da guerra

Que dia-a-dia me enterra

Na lápide da insanidade

Sem direito a epitáfio

Pois ainda se vive por um fio.

É uma doença macabra

Não há contusão ou escara

Esse silêncio escancara

A redoma da tristeza

Gira como certeza

Com certeza.

E sua cura

Começa na procura

Da lembrança de amar

Ser amado e acalmado

Esse prenúncio de paz

É um anúncio que traz

A energia positiva

Reativa a ponto de reagir

E contra esse mal agir

O organismo deve rugir.

É quando você percebe

Que a natureza

Os sentimentos e sua beleza

Confrontam com leveza

A ausência de vontade

De seguir adiante.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 09/04/2016
Código do texto: T5600253
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.