Fonte (e seu Princípio)

Quando vi a fonte

Percebi que era algo raro

Esbelto e feito de amparo

Além de energia era uma ponte.

Eu que sempre enlouquecia

Diante dos silêncios cordiais

Dos quatro pontos cardiais

Pensei que ela fosse a exclamação

Clamava a paz entre os milênios

Guardava a chama dos gênios

Entre os recitais de sua danação.

Mas eu era feito de tempo

Do tempo que eu não tinha

Da voz morta e da alma minha

Dentre os intervalos da cultura

Exaltei os cavalos na moldura

Da tela em branco do tempo.

Eu vi a fonte nela

Ela estava encoberta

Estranha e incerta

Mas era ela a fonte

E ela que trazia tanto

Jazia em pleno pranto

Qual primazia da vida

Não me ensinou a suturar.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 22/02/2016
Código do texto: T5551070
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