Fonte (e seu Princípio)
Quando vi a fonte
Percebi que era algo raro
Esbelto e feito de amparo
Além de energia era uma ponte.
Eu que sempre enlouquecia
Diante dos silêncios cordiais
Dos quatro pontos cardiais
Pensei que ela fosse a exclamação
Clamava a paz entre os milênios
Guardava a chama dos gênios
Entre os recitais de sua danação.
Mas eu era feito de tempo
Do tempo que eu não tinha
Da voz morta e da alma minha
Dentre os intervalos da cultura
Exaltei os cavalos na moldura
Da tela em branco do tempo.
Eu vi a fonte nela
Ela estava encoberta
Estranha e incerta
Mas era ela a fonte
E ela que trazia tanto
Jazia em pleno pranto
Qual primazia da vida
Não me ensinou a suturar.