ESPINHOS NO CAMINHO
Espinhos no Caminho
É impossível caminhar sobre os espinhos
e não se ferir, nem se machucar.
E não se cortar, nem se furar.
E nada sentir, nem sangrar...
É impossível caminhar sobre os espinhos
e não sentir a dor,
de sofrer por amor.
E não ver a cor, que já se desbotou.
É impossível caminhar sobre os espinhos
sem perceber que o tempo,
tão depressa passou.
E a linda flôr já desabrochou.
E a mão, outrora firme,
já se afrouxou.
É impossível caminhar sobre os espinhos
e não notar que os homens velhos, de alvas cãs,
um dia, já foram jovens, valentes e fortes.
Corriam, pulavam, sorriam e cantavam.
Mas, agora, eles estão á espera de sua morte.
É impossível caminhar sobre os espinhos
e não ver o rastro, que para trás ficou.
E não ver que a luz do sol, antes tão forte,
a qual iluminava o sul e o norte;
foi morrendo, morrendo, morrendo,
até que um dia, ela se apagou.
É impossível caminhar sobre os espinhos
E não sangrar.
E não se zangar.
E não se cortar.
É impossível caminhar sobre os espinhos
E não reclamar.
E não murmurar.
E não se enfezar.
E não rezar...
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© JUNIOR OMNI – 2016
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