Lama infame

O que antes já foi paraíso,

Hoje é um lamaçal

Perdida no meio do nada

Vejo-me sem juízo

Diante de um manancial.

Aqui era minha casa,

Também eu era criatura.

Aqui vivia e sorria,

Hoje sem sombra vivo de agrura

Em meio a uma só cor afinal.

Puro barro e sem alegria,

Encontro-me no que antes

Era meu racional.

Famílias contentes viviam

Hoje nem de longe podem olhar

Lágrimas visitam nossos olhos

Diante das perdas infernais.

Corpos no barro perdidos,

Animais escondidos também há.

Casas, árvores, tudo o que havia

De lá não há como tirar.

Em minha casinha querida,

Nem voltarei jamais

E nem em sonho quero lá estar.

Publicada Originalmente: "Versos encharcados de lágrimas" - Fevereiro de 2016

http://www.camarabrasileira.com.br/vel15-019.html

Rosimeire de Sousa
Enviado por Rosimeire de Sousa em 15/02/2016
Código do texto: T5544269
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.