Quem Somos?
Figuras do passado por vezes surgem sem aviso,
nos pegam as memórias empoeiradas, desprevenidos.
Tão mudados e simultaneamente
um tanto quanto, engessados no tempo.
Parecem iguais, mas não se pode saber ao certo,
de fora se vê apenas um fragmento.
Fazem-me pensar como pareço àqueles
que me conheceram há tanto tempo...
Sendo que nem eu reconheço-me a identidade
em mim da semana passada, quiçá dos anos antigos.
Olho pra trás e vejo mil pessoas que já fui
ainda assim, essencialmente, a mesma.
Curioso não poder dizer, com certeza
quem sou e tampouco quem são eles.
Rendo-me então à última conclusão:
Somos ambos, todos e ninguém.