Questão sem fim
Estremeço no frio
Do vazio do peito
E amargo o trago
Da dor itinerante
No fim do pleito
Ostento em cobre e ouro
A armadura de luta
Descrente do próprio sangue
Imersa em minha fadiga
Castigada na inércia de tudo
Póstumas vitórias
Só interessam a história
No mais só vivo em demasia
Os riscos de deixar de viver a vida
Até quando aguentei
Até onde eu segurei o mastro
Banhado de cores da bandeira
Engendradas as flores forasteiras
Daninhas e medonhas ?
Crucificar-se em mérito de tolos
Afugentar, o intocável, intolerável
Amor bem guardado
Ansiado na fuga do passado
Analgésico da alma
É a apatia de sorrir a calma
de esperar sem crer no certo
No tedioso metro de estrada a correr
Das mangas do tempo, soneto de eterna
Fidelidade
Ousada e arbitrária liberdade
De não responder
a questão sem fim
Que fazer pra ser feliz ?