Questão sem fim

Estremeço no frio

Do vazio do peito

E amargo o trago

Da dor itinerante

No fim do pleito

Ostento em cobre e ouro

A armadura de luta

Descrente do próprio sangue

Imersa em minha fadiga

Castigada na inércia de tudo

Póstumas vitórias

Só interessam a história

No mais só vivo em demasia

Os riscos de deixar de viver a vida

Até quando aguentei

Até onde eu segurei o mastro

Banhado de cores da bandeira

Engendradas as flores forasteiras

Daninhas e medonhas ?

Crucificar-se em mérito de tolos

Afugentar, o intocável, intolerável

Amor bem guardado

Ansiado na fuga do passado

Analgésico da alma

É a apatia de sorrir a calma

de esperar sem crer no certo

No tedioso metro de estrada a correr

Das mangas do tempo, soneto de eterna

Fidelidade

Ousada e arbitrária liberdade

De não responder

a questão sem fim

Que fazer pra ser feliz ?

Victor Leonardo
Enviado por Victor Leonardo em 19/01/2016
Código do texto: T5516251
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