Apegos
Apeguei-me Aos velhos livros da estante
Ao empoeirado dos papéis manuscritos
Daquelas tolices que parecem boas obras
Ás quais nos debruçamos horas e horas
Ao tempo pensando em alguém que morreu
Estampado naquele poster que envolve toda parede
Aos antigos amigos
Aos que telefonam
Grudado a tal ponto de esquecer do presente
Aos que batem a minha porta
Ao que se mostra realmente necessário
A simplicidade das coisas
Ao silencio das coisas
Ao vazio
Ao espaço preciso
Com sua naturalidade momentânea
Apeguei-me ao brilho do espelho
Ao encarar o meu olhar