Teoria do Cônjuge de Malandro

Numa analogia devassa

O ser humano passa

Pela congestão dos valores

Das indigestas dores

Somos perversos

Por sermos inversos

Se o bandido morre

Dizem que o policial corre

E o facínora vira herói

Com direito a missa

Se o policial vai a lona

A sociedade detona

Uma ode que destrói

Numa mudez submissa

A cidade macunaímica

Em histeria química

Glorifica a escrotidão

Pune com falsa retidão

A honradez eventual

O canalha vive o ritual

De ternura abstrata

Que nunca se retrata

A humanidade burra

Segue as turras

Para receber a anemia

Da grotesca epidemia

Os preparativos carnais

Dos gloriosos carnavais

Estes interlocutores

Feitos de razão morta

Serão reprodutores

Que a eles nada importa

É um bem que é mal

Virando estátuas de sal.

(Até o gerundismo é proposital.)

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 03/12/2015
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