Teoria do Cônjuge de Malandro
Numa analogia devassa
O ser humano passa
Pela congestão dos valores
Das indigestas dores
Somos perversos
Por sermos inversos
Se o bandido morre
Dizem que o policial corre
E o facínora vira herói
Com direito a missa
Se o policial vai a lona
A sociedade detona
Uma ode que destrói
Numa mudez submissa
A cidade macunaímica
Em histeria química
Glorifica a escrotidão
Pune com falsa retidão
A honradez eventual
O canalha vive o ritual
De ternura abstrata
Que nunca se retrata
A humanidade burra
Segue as turras
Para receber a anemia
Da grotesca epidemia
Os preparativos carnais
Dos gloriosos carnavais
Estes interlocutores
Feitos de razão morta
Serão reprodutores
Que a eles nada importa
É um bem que é mal
Virando estátuas de sal.
(Até o gerundismo é proposital.)