A poesia ia ser tão bonita
Esse bolor que cai das horas vagas
e que às vezes cintila entre luzes e rimas,
podia ser de amor amado,
de gostar gostado;
a poesia ia ser tão bonita.
Quem dera a gente pudesse escolher a cor de cada sentimento;
ninguém levaria a alma escondida
nem comporia um poema de dor.
Quem dera o verso triste desaparecer
e tudo se acostume sempre ao que nos rir.
Mas do louco que sei,
que me cerca o viver,
de um poema saído da pele
por vezes me avisto a não me pertencer.