Relicário avesso

Esse anelo pelo crepitar de nova chama,

Mesmo oriunda das mesmas brasas;

algo como a pira olímpica, que inflama

dizem que certo espírito ela esparrama,

depois, retorna pra Atenas, eterna casa...

Digo, um anseio novo do velho coração,

que assoma acossado pela mesma carência;

é só a fuga ilusória do castelo da solidão,

que rompe algemas enquanto dura a ilusão,

depois, pesa mais ainda, sua abstinência...

E daí, se meio em oculto ofertei diamantes,

Avaliaram com mais bijuterias de vasto rol;

Valores são mensurados vários instantes,

escolhas mostram que soam mais pujantes,

partículas de vidro, se, brilharem ante o sol...

Cada desdém que em escuro relicário lacro,

o faço por higidez psíquica, temo a paranoia;

se mensuraram mínimo o que me era macro,

seja, mas, não posso ofertar um simulacro,

o que posso eu faço; vou guardar minhas joias...