DORES DO MUNDO
Mas que dores serão estas
passam por mim em surdina?
Rio caudaloso das dores
perdido na fria neblina.
Dores de amor rejeitado,
suspiro, triste abandono,
igual um cão amoroso,
perdeu o amor do seu dono.
Dor sem alento e consolo
da mãe que perde seu filho.
Nunca mais o sol nascente
vai brilhar com o mesmo brilho.
Dor de menino de rua
que segue sem diretriz...
Que fome, que sede, que agruras
reflete o olhar do infeliz.
E a dor dos jovens perdidos
na caminhada sem fim...
Caminham como boiada,
ruminam vida e capim.
E a dor que vive oculta,
solidão que vai e vem...
É a dor que nunca reclama,
não foge para ninguém.
E as dores do mundo inteiro
arqueado nesta subida,
vão chorando em meus cabelos,
respingando em minha vida!...