CONFLITO
Quero chamar minha alma à razão
Mas está difícil, missão delicada
Escorregadia tropeça e cai em caminhos
Oleosos custando a levantar
A alma é livre, desgarrada, destemida
Rodopia em felicidade enternecida
Abrindo seus braços para o abraço
Jogando-se com volúpia saciando
A queixosa saudade absoluta
Seu óleo é perfumado, desejável
De envolver seu corpo louco
Como o aroma natural do seu ser
Sonhadora inquestionável
Tenta com veemência a razão
Fazer pisar pouso ponderado
Retirar o brilho do seu olhar
E suas luzes multicoloridas apagar
Guerra da consciência
Versus a subserviência
Da racionalidade e a amabilidade
Da geleira e do vulcão
Dos passos cronometrados
Com os segundos desconexos
Conflito temido, perdido, sem partido
Irrequieto, triste, emocionante
Suspirante em emoções cantantes
Cada nota, cada voz, cada troca
Vivenciando mais um dilema anunciado
Sabe-se lá para onde a estrada chegará
Se na mansidão da alma entregue
Sujeita aos delírios deslumbrantes
Ou ao caminho da razão imparcial
Estagnada com requinte de monotonia.
Tenha pena de mim...