Enquanto os ventos sopram

E não canso de esperar.
Meu coração chora com minhas incongruências.
Despedaça a carne latente da humanidade
e desesperado, corro em busca de alento.

A alma, encharcada de dúvidas
percorre os labirintos da sabedoria.
Perdida entre tantas direções,
deseja encontrar a saída.

Procuro, fora, o que ressoa por dentro.
Enquanto retine, me espanto...
são os fantasmas do enredo
que insistem em cantarolar meus receios.

Alto, compreensível, quase tocável...
resbalam nos lábios meus desejos.
Prefiro engolir a seco,
o que devia ser dito sem medo.

Por fim, cansado de esperar a serenidade,
entrego-me ao deleite do vento...
sinto então uma paz mortal,
foi ele, quem levou pra longe meus defeitos.
Fábio G Costa
Enviado por Fábio G Costa em 22/07/2015
Código do texto: T5319807
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