Relicário

E nesse vaivém, eu sempre vou, você sempre vai,

Nessa ida e volta, eu sempre tô, você sempre sai,

Nessa oratória, você discursa, eu nem levanto a mão,

Nesse tabuleiro de xadrez, você é a rainha e eu sou um simples peão.

Nessa longa corrida, Eu sempre cedo o primeiro lugar,

Nessa triste partida, eu sempre espero você voltar,

Nessa jornada sofrida, minhas mãos fraquejam de tanto lutar,

Nessa vida vivida, eu apenas observo você, minha vida, passar.

Tantos versos faço pra você, tantas coisas tenho a lhe dizer,

Tantas ações para demonstrar, tanto pra lhe oferecer.

E apenas me distraio...ando...vagueio,

Perco meu norte, fico sem rumo, sem freio.

Nas costas carrego as dores de um passado hostil,

Que tendem a sempre maltratar o meu corpo, febril.

Olho para trás, e o que vejo é uma avalanche,

Dessa partida, pra mim já perdida, eu quero uma revanche.

Sou um andante, guerreiro, um trovador solitário,

Que guarda suas mágoas dentro de um relicário.

Faço dos meus versos minha espada e escudo,

Posso até morrer, mas jamais ficarei mudo,

Pelo que eu quero, sou capaz de enfrentar tudo,

Preso à realidade, sofro mas não me iludo.

Mas nessa realidade, nesse nosso vaivém,

Sempre busco a verdade, esse é o nosso maior bem,

Sem, rancor, sem vaidade, sem um "mas" sem um "porém",

Posso não ter bens, no bolso não ter nenhum vintém.

Mas luto pelo que amo, luto pelo que quero,

Travo árduas batalhas, sempre almejo, sempre espero...

Lhe ter, ó minha rainha, te ganhar, te conquistar,

Para que assim, em paz, possa apenas repousar,

E fazer do tal relicário, apenas uma lembrança a se guardar.

Gabriel Luiz
Enviado por Gabriel Luiz em 07/06/2015
Código do texto: T5269142
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