Eu uso droga
O fado qual saci esse saltitante sapeca
ora se encapeta, outra, posa de monge;
rindo do assédio das muitas pererecas,
enquanto faz o amor observar de longe...
cada um domestica aos seus demônios,
digo, escolhe qual pedra coloca na funda;
umas fogem do exercício dos neurônios,
e malham na máquina de firmar a bunda...
e eles não fazem uma melhor polenta,
perdem a vista no mesmo crepúsculo;
temem o salutar labor da massa cinzenta,
mas, pegam pesado pra inchar o músculo...
não que um poeta seja melhor que os tais,
por fazer da poesia seu brinquedo, criança;
se o barco desengano atraca em seu cais,
mira o mar, buscando a jangada esperança...
talvez a poesia seja só uma droga do bem,
onde sonho e realidade, meio interagem;
o poeta um alienado que não fere ninguém,
apenas perde-se, em sua insana viagem...
miro um alvo apenas, quando faço fumaça,
pudor impede que seu nome eu revele;
graciosa que me deixa em estado de graça,
em meu "Nirvana" posso tocar sua pele...