Cristal
Cristal
Nos últimos tempos
Fui límpido
Fino
Brilhante
Fascinante
Recipiente de todos
Sabores que a vida nos dá
Do mais garbo vinho
À singela porção de água
Saciei
Inúmeras sedes
Vontades
Desejos
E calores
Mas num momento me quebrei
Me esparramei
Por todo lado
E quem tentou me juntar
De maneira negligente
Muitas vezes carente
Se cortou
Sem a maldade de ferir
Machucar
Pois sempre fui
Taça
Porém
Estão juntando os cacos
E como um vidreiro
Com labor e calor
Faz-se um novo cristal
Que porventura
Saciará somente
Uma boca
Uma sede
Um desejo
E uma vontade
[numa manhã de insônias e reflexões]
Caio Moura
22/02/2015