MENINO DE RUA
No caminhar daquele menino
Culpa que o destino
Trouxe naquele dia
Em que o menino brotou
Para os piores momentos
Que sua passagem aqui
O reservou: coitado
Menino de rua-
Culpa tão pequena e quase sua!
O tempo não apaga
A triste imagem que se tem
Daquele coitado menino de rua
Culpa tão pequena e quase sua,
Mas o caminhar daquele menino
Retrata uma solidão
Que o tempo não apaga
E a culpa que o destino
Trouxera-lhe.
-Assim é o caminhar
Daquele triste coitado
Menino de rua,
Naquele dia!
Um espanto a dois
Quem sabe um pranto depois
Que a luz em chama
Dizer que se amam
Os meninos de rua
Um espanto quase total
Um pranto no canavial
São suores dos rostos
Daqueles míseros meninos de rua
Uma culpa tão sua
-Coitado menino de rua-
De nada possuir
Além de sarjetas e sargentos
Em seus magníficos pés!
(Uma culpa pequena tão sua)
Mistura de palavras pesadas
Uma cruz e uma espada...