ATRAVÉS DO TEMPO...
Através do tempo
senti minh’alma
empurrar os dias de verão...
Dias chuvosos...
Dias quentes...
Então um dia escrevi meus medos,
antes doces
- agora cinzentos-
Escrevi sonhos,
antes presos
- agora soltos no ar-
Escrevi minhas memórias,
antes escondidas.
- agora expostas-
E é assim que sinto
os grãos da ampulheta
caindo, caindo...
Numa ilusão lenta,
mas que na verdade
foge às regras do próprio tempo...
Cada grão da areia
é minha vida desalinhando
através do tempo...
Mas nem percebo, afinal me perdi
em algum lugar
brincando de escrever...
E ainda não tive tempo
de reconhecer os erros no ponto exato
dessa minha existência
exposta agora invariavelmente
- a céu aberto -
nesse verão...
Mais um na engrenagem do tempo...
Mas eu sou apenas um passo invisível,
uma carne que se acomoda
alimentando-se de poesia...
( imagem google)