TRIBUTO À INSENSATEZ

Ó árvore insensível,

até quando

fincarás a tua raiz

no lodo que a rodeia

e que enlameia

o fulgor de tuas folhas?

Até quando

deixarás que as sombras

encubram

as veredas

por onde caminhavam

os que iam

em tua direção,

e em paz?

Até quando

deixarás que o torpor

das ervas alucinógenas

queimem as pegadas

dos que ainda tentam

te seguir nesta escuridão?

Abandonastes a retidão

de pontos de vista

dos que conhecem

para além de ti,

para abrigar-te

às opiniões alheias

que entorpecidas,

à mão cheia,

espantam

os sábios, que,

sob tua relva

esteiam teus tênues galhos.

para que não pereçais

ao sabor do vento!

Lembra-te

do caniço

que vergava

ante a tempestade,

indo ao chão,

mas

permaneceu,

fincado no equilíbrio da razão!

Até quando,

abrigar-te-ás

às opiniões alheias

que entorpecidas,

à mão cheia,

espantam

pássaros que,

camuflados sob tuas folhas,

ainda cantam ao amanhecer?

Jonas De Antino
Enviado por Jonas De Antino em 21/12/2014
Reeditado em 27/12/2014
Código do texto: T5076967
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.