Pra que?
Vidros limpos, cortinas longas
Sala ampla, sem ar, sem vida
Seria bonita
Pra que tanta cor, se não bate luz?
Sentimentos intensos
Rasgados, esparramados, engasgados
Seriam mágicos
Pra que tantos, se nunca expostos?
Mãos lisas, limpas, bonitas
Unhas fortes, coloridas, dedos finos
Seriam unidos
Pra que macios, se nunca entrelaçados?
Pés descalços, sujos, molhados
Com calos de percorrer, andar, experimentar
Chão, textura, dor, cócegas...
Seriam perfeitos e desperdiçados
Se não tivessem vivido