Casulo de Maria
Porém, Isso se acentua muito quando,
a mão do tempo abre certos frascos;
isso de não ser, digo, ave de bando,
mirar a planície, só, sobre o penhasco.
Sei que é um apelo difícil de arrostar,
Insano contrariar, ao voo da maioria;
Os chavões que obram por massificar,
Poucos e incultos neurônios de Maria.
Ela não tem culpa se, ensinam errado,
invés de potrancas, lhe dizem, potras;
Acostumou a mugir junto com o gado,
E é tão indolor, esse ir com as outras...
Certos bens têm preço, mesmo doados,
Quando solidão matricula para estudo;
Como a águia recebeu habitat isolado,
Mas, asas fortes, e um olhar mui agudo...
Claro que é pesado ser um dissonante,
Ter valores estranhos, adversos de cada;
Ouvir o pomposo sonido do berrante,
E estar imune ao dito, efeito manada...
Sei que essa aversão não obra à esmo,
Dizia o primo Moisés, vulgo, “Moisa”;
Se todos estão pensando no mesmo,
Nenhum está pensando, grande coisa...
Pior é estarem felizes as Marias cegas,
Podem coisas profundas, afeitas às rasas;
Anjos potenciais, perdidos na entrega,
ao lugar comum que atrofia suas asas...