FOME DE PRIMAVERA
“... não sei quantas fomes
ferozes, secretas no fundo de mim.
Não sei quantas fomes
jamais compensadas...”
Não sei... Não sei...
Mas tudo que sei é que
a primavera me alimenta
nesses dias em que privo
de algum alimento
a minha própria alma...
E então é por isso que
leio Drummond e repito teus versos...
Porque eles me fazem pensar
que estou mastigando
a carne da vida...
“ admiráveis presas” essas
que vão comendo minha vida em versos.
Porque Drummond, porquê?
Porque essa fome de primavera?
Essa primavera que desfibrarei
certamente nessa falta de rimas
dramáticas e convulsas...
Mas que eu regurgitarei
nessas alvas folhas.
Nessas folhas em que me perdi...
( Imagem: google)