Na gangorra incandescente das dúvidas
A necessidade urgente de decidir
Decidir qual caminho escolher,
qual roupa vestir,
quantos passos avançar,
o que temer... no que acreditar.
Há um equilíbrio hídrico a marejar-nos
por dentro...
há náuseas suspensas,
repugnâncias latentes,
rejeições sub-reptícias.
Mas se escondem
por detrás de um sorriso
enigmático e sestroso
Fugindo da reta do golpe
há a sinuosa curva à esquerda,
a tentativa vã de se esquivar
da lesão de ser covarde.
Não vestimos armaduras
e enfrentamos todos os dias
a morte.
Não ficamos em trincheiras
e, encaramos de frente
a erosão do tempo,
a marcar os rostos e os corpos...
eivando-os de porosidade
e fraquezas explícitas.
Mas só morremos exatamente
quando é chegada a hora.
Quando soarem os sinos,
Quando a última gota de energia se esvai.
Numa queda grave e infinita.
Há nessa vida uma imprecisão absoluta.
Não estamos certos. Nem quando há a certeza
de todas as certezas.
Não somos santos. Apesar de lermos salmos e
recitarmos preces agonizantes
esperando o perdão eterno.
Não estamos errados. Nem como estamos
mergulhados no pecado da vaidade ou da luxúria.
Quando a carne supera o espírito
na tentativa fracassada de prevalecer.
Se tudo se desfaz, se transforma e
emoldura a existência
de múltiplas formas.
Formas repletas de imprecisão e enigmas.
Decifráveis.
Decifrados.
Desdobrados.
Segredados bem na hora da morte.
Mesmo quando acreditamos que a vida
não valeu a pena.
A pena vem voando e nos salva.
Do salto no fundo do abismo e
nos faz voar pelas doces palavras
da poesia.
Poesia é também imprecisão.
Não precisa de rima.
Não precisa de lirismo.
Só de almas humanas que se
consorciam misteriosamente
pela simples leitura ou coincidência
de olhos que vão além de
simplesmente ver...
versejam e enxergam a imprecisão
mágica do equilíbrio universal.
A necessidade urgente de decidir
Decidir qual caminho escolher,
qual roupa vestir,
quantos passos avançar,
o que temer... no que acreditar.
Há um equilíbrio hídrico a marejar-nos
por dentro...
há náuseas suspensas,
repugnâncias latentes,
rejeições sub-reptícias.
Mas se escondem
por detrás de um sorriso
enigmático e sestroso
Fugindo da reta do golpe
há a sinuosa curva à esquerda,
a tentativa vã de se esquivar
da lesão de ser covarde.
Não vestimos armaduras
e enfrentamos todos os dias
a morte.
Não ficamos em trincheiras
e, encaramos de frente
a erosão do tempo,
a marcar os rostos e os corpos...
eivando-os de porosidade
e fraquezas explícitas.
Mas só morremos exatamente
quando é chegada a hora.
Quando soarem os sinos,
Quando a última gota de energia se esvai.
Numa queda grave e infinita.
Há nessa vida uma imprecisão absoluta.
Não estamos certos. Nem quando há a certeza
de todas as certezas.
Não somos santos. Apesar de lermos salmos e
recitarmos preces agonizantes
esperando o perdão eterno.
Não estamos errados. Nem como estamos
mergulhados no pecado da vaidade ou da luxúria.
Quando a carne supera o espírito
na tentativa fracassada de prevalecer.
Se tudo se desfaz, se transforma e
emoldura a existência
de múltiplas formas.
Formas repletas de imprecisão e enigmas.
Decifráveis.
Decifrados.
Desdobrados.
Segredados bem na hora da morte.
Mesmo quando acreditamos que a vida
não valeu a pena.
A pena vem voando e nos salva.
Do salto no fundo do abismo e
nos faz voar pelas doces palavras
da poesia.
Poesia é também imprecisão.
Não precisa de rima.
Não precisa de lirismo.
Só de almas humanas que se
consorciam misteriosamente
pela simples leitura ou coincidência
de olhos que vão além de
simplesmente ver...
versejam e enxergam a imprecisão
mágica do equilíbrio universal.