Super heróis

As asas do sonho com penas pretas,

tentam nos livrar da sina autofágica;

asas, em si, possui mesmo o capeta,

isso não o tolhe de sua sorte trágica;

a real é Peter Parker e sua lambreta,

o sonho, Spider Man e a teia mágica;

essa avessa ambiguidade é situação,

muito difícil para se andar conforme;

suprir de substância com imaginação,

pois, isso requer imaginação enorme;

e homem mero, se atrapalha por pão,

Enquanto o “herói” voa, usa uniforme;

sumo vaza sem que o vaso emborque,

o inepto para um, com segundo papel;

um dá corda para o outro se enforque,

querer é doce, porém, dever é um fel;

daí, enquanto um salva a Nova Iorque,

outro agoniza, inda devendo o aluguel;

essa dupla identidade peso que temos,

falo de sonhadores, poetas, entendam;

a capacidade de ver ao que não vemos,

pois, olhos do sonhar, não se vendam;

muitos são utópicos e ainda os cremos,

se não mais dão, que poesias rendam...