ROSA VERMELHA

 
Ela não sabe da primavera,
nem do carmim de suas pétalas,
nem dos acúleos que por vezes fere...
 
Não sabe inclusive do perfume
nem da mão que a toca,
embora estremeça...
 
E não sabe nem do olhar
que enternecido lhe pousa
sobre as pétalas de nácar.
 
Não sabe tampouco desses versos
que feito orvalho, trêmulo, desce-lhe
pelas pétalas efêmeras...
 
E não sabe- modéstia- que será eterna
depois que a folha branca
se tingir desses versos...
 
E ela tão frágil- assim desfolhada- em rimas,
não sabe que amanhã murchará
e que por desfolhá-la é que não terá fim...
 
 
 

( Imagem: google)