AUREA MEDIOCRITAS
Só há perfeição em ignorar.
O homem deveria prender-se à ignorância
como agarra a barra do ônibus que o leva ao trabalho.
O homem deveria ser uma constante preocupação de ignorar,
ignorar até a ignorância de estar ignorando
até ignorar, enfim, a própria preocupação.
Mas sabemos.
Teremos sempre a consciência nunca ignorada de que estamos ignorando.
E esta única maldição que recai sobre nós,
que é a de sabermos que recai sobre nós a maldição de
sabermos que há esta maldição,
é o que nos torna imperfeitos.