Poema 88

Olha pra qualquer direção não avisto nada

Acendo as luzes, aumento os faróis mesmo assim não enxergo ninguém

Caminho por horas, dias, sem chegar a lugar algum

Penso o tempo inteiro e não obtenho nenhuma conclusão

As pessoas passam por nós deixando os rastros de sua prepotência

Só vemos violência, só falamos coisas destrutivas

Sem forças para criar, só levanto e deito

Tiraram nossa vontade de agir

Assassinam nossa inteligência desde criança

Me colocaram no seu círculo e agora vivo nesse quadrado

Vivo com medo que me sufoquem, me deixem para trás

Que não consiga conviver com eles, que me expulsem do mundo

Se percebem meu temor farão por onde me conter

Mas me contento se deixarem que pise em seus quadrados

Ande em seus lugares superlotados, possa ir e vir

Para eles não adianta se não ando apressado

Enquanto todos correm pro mesmo lugar

Cada vez com mais velocidade até que a mente não suporte

Se o corpo não morre a máquina continua funcionando

Crescendo, transmutando, se consertando

Thinho Ribeiro
Enviado por Thinho Ribeiro em 05/09/2014
Código do texto: T4951142
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.