Poema 58
Abro mão de tudo que considero não ter valor
Não tem porque ficar carregando coisas sem utilidade
Existem pessoas que tem tanto amor que nunca se desapegam
Não existe motivo pra carregar fardos e acumular tralhas
No final tudo isso vira lixo
O que até ontem tinha extremo valor amanhã pode ser algo inútil
Se tenho que ir longe, com menos bagagens menor será meu esforço
Nos caminhos mais estreitos passo com facilidade
Desviando dos destroços e dos animais peçonhentos
Não terei nenhuma fragilidade encaro pronto para cair ou derrubar
Passo por cima do passado e cada vez com mais sagacidade
Enquanto, há na vida os que montam quebra-cabeças enormes
Eu pego uma peça e encaixo em qualquer lugar
Olha pra baixo e escolho onde me atirar
Caio, rapidamente levando e saio correndo com a agilidade de um garoto que foge dos pais