Poema 421
O homem tornou-se refém da tecnologia
Sendo um ótimo apertador de botões
Passam o dia todo pressionando com os dedos
Seja na tela do celular ou pra acender a luz
Até quando estamos na natureza, onde não há energia elétrica
Apertamos algum botão pra registrar na imagem o momento
Aproximamos o que está distante
E distanciamos o que está ao lado
Nos conectamos com massas de informação
Raramente, são às vezes em que essas viram conhecimento
Estamos ligados o tempo inteiro mantendo tudo atualizado
Quem escolhe ficar desligado logo é esquecido,
Como se nunca houvesse existido
A não ser que seja alguém de importância, nem faremos questão
Nessa rede criamos teias infiltráveis por fios distintos
Inventamos uma imagem pessoal muito desleal à realidade
Só na vida real vemos o que está atrás da outra tela
Nas teias podemos nos modelar na imagem que bem entendermos
Podemos desabafar com possíveis amigos estranhos
E até nos apaixonar por pessoas jamais vistas