Poema 421

O homem tornou-se refém da tecnologia

Sendo um ótimo apertador de botões

Passam o dia todo pressionando com os dedos

Seja na tela do celular ou pra acender a luz

Até quando estamos na natureza, onde não há energia elétrica

Apertamos algum botão pra registrar na imagem o momento

Aproximamos o que está distante

E distanciamos o que está ao lado

Nos conectamos com massas de informação

Raramente, são às vezes em que essas viram conhecimento

Estamos ligados o tempo inteiro mantendo tudo atualizado

Quem escolhe ficar desligado logo é esquecido,

Como se nunca houvesse existido

A não ser que seja alguém de importância, nem faremos questão

Nessa rede criamos teias infiltráveis por fios distintos

Inventamos uma imagem pessoal muito desleal à realidade

Só na vida real vemos o que está atrás da outra tela

Nas teias podemos nos modelar na imagem que bem entendermos

Podemos desabafar com possíveis amigos estranhos

E até nos apaixonar por pessoas jamais vistas

Thinho Ribeiro
Enviado por Thinho Ribeiro em 11/08/2014
Código do texto: T4917753
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.