Poesia morta
Sou a poesia morta que brota
agora, em novos versos...
Sou a poesia sensata que brinca
com a nefasta loucura tão bem escondida
em cada um...
Em novos versos uma poesia
que brota da morte, que fala da vida,
que só é vivida depois de sábia morte...
Sou a poesia desnuda de medos e
da mesquinha lucidez,
sou voz pura que fornece alimento as
desejosas almas tão enfadonhas e patéticas...
Sou a poesia do riso, gentil delicadeza
aos enamorados, à lua, à mata,
aos seres do encanto...
Em novos versos uma poesia
que brota da morte, que fala da vida,
que só é vivida depois de sábia morte...
Sou poesia que assusta, sou verdade
liberta de acomodadas entranhas tão sôfregas
e nostálgicas...
Sou o vômito que limpa e cura,
sou poesia morta que nasce a cada instante...